Atravessei-me até aqui
Para poder ler o mundo
Nos olhos de Ingrid.
Ela teve quinze anos
Nas costas da África
E eu
Muito depois disso
Também.
Nasci livre
Graças a minha mãe,
E não a nenhuma lei
Nenhuma lei jamais foi leal
Ás naturezas humanas,
E entre todas elas impôs-se justamente
A verdadeira barbárie.
Ele tem apenas quinze anos
Não tem nome nem rosto
Mas tem marcas:
Foi condenado a vagar em meio a selva
Dita civilizada
Estamos na mesma cela escura
E o próprio tempo já nos impede
De enxergá-la
Quinze anos!
E mais quinze, e mais cem
Nesse fosso depravado
Mas retornarei sempre
Nossos velhos fantasmas ainda vagam
Por mais que tenham sido escondidos
Continuam presentes
Trazendo a mesma chama
E em essência
O mesmo sonho.
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