O homem e seu cão
Neste outono imaturo
Outono inseguro
Mente latejante
A espera
Do desespero breve
No desejo
Na escuta
Tensa e astuta
A dança está suspensa
O chorinho continua
Consolo
De fim de festa
Ou ainda, estou errada
Todo tempo é digno de euforia
Mas não generalizada
A mim chega como gozo
Mas falta algo que além desconfio
Só saberemos dentro de algumas décadas
Será profundo
Será perene
Ou apenas convulsão fugidia
Mas sim sempre há
Consequências a mais
Para aqueles que não dormem
E planejam tudo
Deste lado a poetisa
Nada
Mas muito bem intencionada
Nunca mais escreveu cartas.
Não é previlegiada
É vigiada como qualquer idiota
Que agarrado ao seu conforto nem desconfia
Estar naufragando em patéticas
Águas rasas
Sorrimos para nosso algoz, o alimentamos
Mas o que há de extraordinário
É que o extraordinário
Sempre vem
E cruzará a esquina dos meus olhos
Surpresos,
Não porque nasci ontem
Não,
Mas porque é contínuo o renascer
Em tudo, que é contínuo,
Quero incluir-me consciente
E quero devassar o invisível,
De todas as conspirações.
E as simplicidades
Quero continuar a senti-las
A saboreá-las
bem devagar
Apesar de tudo.
Ademais já sei
Como estar em paz,
Em mim
Mas não com o mundo:
A ele despejo minha melhor energia
de inquietação,
Pois quando tudo é muito calmo
Desconfio, e
Quando treme
Também desconfio [e gosto] mais.
Fato, muito bom parabéns! Beijão!
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