No gosto da madrugada
Doce
Como prata envelhecida
Colhi meus sonhos
Fui cínica
Apenas para atravessar outra noite
O mel nunca provado
Que insisto a oferecer
Em singelas amostras grátis
Está secando
Pelo vento que corta aquela rua rasa
Aquela rua que perpassa
meu tempo,
meu tempo,
Aquela que estanca minha sede
Pelo encanto momentâneo
Estamos deselegantes
em nosso desespero
em nosso desespero
As gargalhadas dali são premeditadas
Nem todas
Não as minhas
Só espero quem me beijará primeiro:
O escândalo, o tédio ou o sono
Meu escárnio esgotará por si mesmo
Em cima da tua carne,
Nobre ou podre somos semelhantes
Se eu tiver aonde exaurir meu corpo,
Quero fazê-lo pela música
Bebendo da espuma tenra
Dessa atmosfera de tempo suspenso
Pela fluidez da madrugada fria
Ignorando que não me enxerga,
Que não me conhece
Não me compreende
E nem pretende.
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